Qigong e Tai Ji Quan

Por: Anderson Rosa

É bem conhecida de todos, a afirmação de que Tai Ji Quan (Tai Chi Chuan), sem qigong (chikung) não é Tai Ji Quan1. No entanto, convém falarmos um pouco mais sobre este tema, que para alguns, ainda pode parecer misterioso demais. Vamos antes de mais nada, saber um pouco mais sobre o termo “qigong”.

Qigong é literalmente, trabalho de energia, onde Qi=energia e gong=trabalho. Portanto, qigong é a técnica utilizada para desenvolver-se a energia no corpo, ou técnica para manipular/trabalhar esta energia. Quando um artista marcial aplica um golpe, quebra uma tábua ou entorta uma barra de ferro, ele está aplicando o resultado deste trabalho de energia (qigong). Dessa forma, podemos compreender de modo simples que o qigong é uma técnica (qigong), dentro de outra técnica (tai ji quan).

Muitas pessoas, quando começam a praticar o Tai Ji Quan,tem como objetivo a boa saúde, e a longevidade. Estas são apenas duas das benesses pretendidas pela prática. Outros objetivos podem ser citados: eficiência no combate, expansão da mente, melhora da memória de longo prazo, e por que não, aprimoramento espiritual (este último é um objetivo mais raro na procura pelos ocidentais). Porém, é importante dizer e alertar que tais objetivos só podem ser alcançados se o qigong for parte integrante da prática do Tai Ji Quan.

Se alguém afirma ser praticante do Tai Ji Quan por muitos anos, e ainda é fraco, instável e doentio, podemos afirmar com grande grau de certeza que a prática realizada por esta pessoa não possui qigong como parte integrante da prática do Tai Ji Chuan. Um dos motivos disso acontecer, é o distanciamento dos atuais professores das origens do Tai Ji Quan.

Antes de ser popular no Ocidente, o Tai Ji Quan era uma prática inserida num contexto religioso, normalmente taoísta, budista ou confucionista, ou ainda num misto destas três vertentes. E quando veio para o Ocidente na bagagem de professores que deixavam para trás não apenas um País que limitava e perseguia cada vez mais práticas ancestrais, em especial aquelas que possuíam um veio religioso ou espiritual, o Tai Ji Quan acabou por ser “lavado” mesmo que sem esta intenção, de muitas partes que constituíam o seu todo.

Embora fale aqui de forma especulativa, sem um embasamento teórico/acadêmico formal, devo salientar algumas observações que fiz ao longo do meu contato com imigrantes chineses. Algumas pessoas, quando fogem de um regime totalitarista como era o regime chinês há algumas décadas (e ainda é em alguns aspectos), fazem questão de enterrar o seu passado. Deixam atrás de si não apenas o regime que lhes oprimia, mas em muitos casos deixam também qualquer traço que lhes conecte àquela cultura que lhes trouxe amargura e profundas perdas.

Com isso, é comum encontrar entre os imigrantes chineses, aqueles que abandonam suas raízes religiosas, e onde no quarto antes repousavam cânones budistas ou taoístas, agora repousa um exemplar da Bíblia. Lábios que antes proferiam a sabedoria de Confúcio agora citam as Cartas de Paulo.

Bem, é hora de retomar o caminho original do texto…

Para sobreviverem numa terra estranha, estes imigrantes viram como uma possível fonte de renda a prática e o ensino das artes marciais. Em alguns momentos e alguns lugares, sujeitos mais uma vez à uma legislação que reinava sobre eles, foram proibidos de praticar as artes marciais mais externas com medo de serem presos ou extraditados para o seu país de origem. Nesses casos, como aconteceu nos E.U.A., os imigrantes chineses ofereceram o Tai Ji Quan como uma “dança” que proporcionava saúde e bem-estar.

Bem, nesta nova roupagem fica evidente a dificuldade que estes primeiros professores tiveram para passar não apenas os conceitos pertinentes ao Tai Ji Quan, mas também técnicas não tão evidentes como o Qigong. Somados à isso, também vieram para o Ocidente muitos oportunistas que longe de possuírem domínio sobre a Arte, desejavam apenas possuir domínio sobre os bolsos dos seus alunos, oferecendo uma prática “exótica do oriente distante”, se opondo ao caos da vida ocidental.

Feitas estas observações, fica mais do que evidente que muitos praticantes de Tai Ji Quan no Brasil e no mundo em grande parte, não passam de coreógrafos com alguma competência, porém sem nenhum benefício evidente advindo da prática do Tai Ji Quan. Note-se no entanto, que nosso objetivo não é criticar este ou aquele professor ou estilo, mas sim perceber que é muito mais comum do que se pensa, a prática inconsistente do Tai Ji Quan, sem alcançar qualquer dos resultados tão alardeados em sites e revistas mundo afora.

Talvez a característica mais impressionante do Tai Ji Quan seja o desenvolvimento de habilidades muito acima de outras artes de combate. Devemos lembrar aqui que o Tai Ji Quan é conhecido como Boxe das Sombras. A superioridade do praticante faz dele um alvo cobiçado mas quase inatingível em combate e quando todos os inimigos jazem derrotados ao seu redor, apenas um último inimigo se mantém em pé com sorriso zombeteiro quase invencível. Este é o “inimigo interno”. Esta é a sombra contra a qual se deve lutar e vencer. Depois de derrotar o mundo, o praticante deve derrotar a si mesmo. E sabedor disso, o praticante percebe que não há inimigo externo contra o qual valha à pena lutar, pois o alvo último está dentro, e não fora. Por isso, no seu treino luta apenas contra sua própria sombra, numa estranha coreografia.

Na prática do Tai Ji Quan como ferramenta de prática espiritual, é que se evidenciam ainda mais as qualidades trazidas pela prática intrínseca do Qigong. Este desenvolver pessoal pode ser dividido em 3 estágios: o cultivo do Jing (essência) para tornar-se Qi (energia), e cultivar o Qi, para tornar-se Shen (espírito). E finalmente, cultivar o Shen para que ele retorne à sua Origem, o Tao (o Vazio). Segundo Wong Kiew Kit, o “Qigong é, pois, a ponte que liga o físico (jing) ao espiritual (shen)”2. Esse desenvolvimento é ilustrado na prática do Tai Ji Chuan, no momento inicial da prática, em que o estudante parte da posição que designa o estado de “vazio” e no final, onde ele retorna exatamente para a mesma posição, dando a ideia de ciclicidade.

Um bom professor de Tai Ji Quan deve sempre estar atento para que a prática não seja apenas um conjunto repetições bem elaboradas e bem executadas, numa “coreografia” de Tai Ji Quan, sob a pena de nunca passar além disso, uma mera “coreografia”.

Como conselho aos praticantes do Tai Ji Chuan, podemos sugerir o estudo e a incorporação à sua prática de registros feitos a esse respeito por grandes mestres como: A Canção dos Segredos para o Treinamento, de Wu Yu Xiang (1813-1880); A Fórmula dos Cinco Caracteres de Li Yi Yu (1832-1892); Os Dez pontos Importantes do Tai Ji Quan, de Yang Deng Fu (1883-1936) e Os Cinco Níveis de Habilidade no Taijiquan, de Chen Xiaowang (1945-…)3.

Sugestão de Leitura:

Kit, Wong Kiew,O Livro Completo do Tai Chi Chuan, Ed. Pensamento, 1996, São Paulo.

Chuen, Mestre Lam Kam, O Caminho da Energia, Ed. Manole.

Cherng, Wu Jyh, Tai Chi Chuan – A Alquimia do Movimento, Ed. Mauad, 2000.

Chia, Mantak e Li, Juan, A Estrutura Interior do Tai Chi, Ed. Pensamento, 1996.

Liao, Way Sun, Clássicos do T´ai Chi, Ed. Pensamento, 1990.

1A partir deste trecho, iremos nos referir a Tai Chi Chuan e Chikung como são escritos em pin yin, Tai ji Quan e Qigong, respectivamente, por corresponder ao padrão atual de transliteração da escrita chinesa. – Nota do autor.

2Kit, Wong Kiew,O Livro Completo do Tai Chi Chuan, Ed. Pensamento, 1996, São Paulo.

3Este último com tradução de Eduardo Molon ( molon@taijiquan.pro.br ), publicado originalmente em http://taijiquan.pro.br , e também na Revista Tai Chi Brasil nº1 e seguintes.

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Ba Duan Jin

Por Anderson Rosa (Frater Goya)

O Ba Duan Jin (pronuncia-se Pá Tuan Tchin), é uma das sequências mais antigas de exercícios corporais Chineses. Provavelmente, foi desenvolvido na dinastia Song da China (960 – 1279 d.C), e existem imagens de Buda realizando a sequência desses exercícios.

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Seu nome pode ter duas traduções: “Oito Peças de Brocado” ou “Oito Brocados de Seda”. Sua criação é atribuída ao Marechal Yue Fei, considerado um dos grandes sábios e heróis nacionais até os dias de hoje.

O Ba Duan Jin compreende uma série de 8 exercícios encadeados numa sequência lógica, que traz diversos benefícios ao corpo. Apesar de ser comumente considerado um Qigong (Treino de Energia), os mais puristas defendem que é uma espécie de Dao Yin, ou exercícios para alongamentos de músculos e tendões. Além destes, a prática constante do Ba Duan Jin também desbloqueia os canais de Qi (medidianos energéticos pelos quais a energia percorre o corpo e usados na Medicina Tradicional Chinesa), fortalece os músculos, favorece a concentração, melhora a memória, acalma a mente e estimula a respiração profunda.

Muitos mestres de Kung Fu tradicional (Gong Fu) utilizam o Ba Duan Jin como exercício tanto de aquecimento como de resfriamento para o corpo, preparando o mesmo para os pesados exercícios que vem a seguir. Segundo esses mestres, é preciso contrapor os exercícios duros da forma externa (a prática da luta do Kung Fu), com um exercício suave (forma interna), fazendo portanto, o ciclo harmonioso Yin/Yang (o diagrama do Tai Ji Tu).

Mesmo para os praticantes do Tai Chi Chuan sua prática é benéfica, pois ela desobstrui os canais de Qi, alonga os músculos e tendões e favorece a saúde num período muito curto de tempo da prática, auxiliando assim, que o praticante consiga aprofundar a sua prática do Tai Chi Chuan e consiga também atingir níveis de relaxamento do corpo e da mente de forma mais efetiva.

Como os exercícios são leves em um sentido geral (embora também possam ser feitos de forma vigorosa para aqueles que já tem algum tempo de prática), eles podem ser feitos por praticamente qualquer pessoa nas mais variadas formas físicas, desde pessoas altamente sedentárias, pessoas de terceira idade, e até atletas. Por serem poucos movimentos e diversas repetições (oito movimentos realizados oito vezes para cada lado do corpo), são ideais para começar uma prática corporal chinesa pois são de fácil memorização, o que também auxilia num posterior aprendizado de Tai Chi Chuan. Os nomes poéticos e susgestivos de cada movimento também possui uma função mnemônica, e portanto, aos professores é indicado que antes de cada movimento salientem o nome do mesmo, facilitando a memorização.

Ele pode ser praticado em pé ou sentado, e existem atualmente inúmeras formas de Ba Duan Jin, como a forma tradicional, o estilo de Shao Lin e a do Mestre Lam Kam Chuen, todas com pequenas variações nos exercícios e na altura da base trabalhada, mas em essência mantendo-se os mesmos movimentos.

 

Os Oito Exercícios

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两手托天理三焦 – Liangshou tuo tian li sanjiao
Sustentar o céu com as mãos para regular o Triplo aquecedor

左右开弓似射雕 – Zuoyou kai gong si she diao
Estirar o arco e lançar a flecha para fortalecer os pulmões

调理脾胃须单举 – Tiaoli piwei xu dan ju
Elevar um braço para recuperar o apetite ou Separar Céu e Terra

五劳七伤向后瞧 – Wulaoqishang xianghou qiao
Olhar os calcanhares para evitar o enfraquecimento do organismo

摇头摆尾去心火 – Yao tou bai wei qu xinhuo
Balançar a cabeça e o cóccix para acalmar o fogo do coração

两手攀足固肾腰 – Liangshou pan zu gu shen yao
Segurar a ponta dos pés para fortalecer os rins

攒拳怒目增气力 – Zan quan numu zeng qili
Estirar as mãos em punho com um olhar firme para fortalecer a força física

背后七颠百病消 – Beihou cidian baibing xiao
Suspender os calcanhares sete vezes para se recuperar da doença

 

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PORTARIA Nº 971, DE 3 DE MAIO DE 2006 Aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde.

Edição Número 84 de 04/05/2006


Ministério da Saúde

Gabinete do Ministro

PORTARIA Nº 971, DE 3 DE MAIO DE 2006
Aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, INTERINO, no uso da atribuição que lhe confere o art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição Federal, e Considerando o disposto no inciso II do art. 198 da Constituição Federal, que dispõe sobre a integralidade da atenção como diretriz do SUS;

Considerando o parágrafo único do art. 3º da Lei nº 8.080/90, que diz respeito às ações destinadas a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social, como fatores determinantes e condicionantes da saúde;

Considerando que a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem estimulando o uso da Medicina Tradicional/Medicina Complementar/Alternativa nos sistemas de saúde de forma integrada às técnicas da medicina ocidental modernas e que em seu documento “Estratégia da OMS sobre Medicina Tradicional 2002-2005” preconiza o desenvolvimento de políticas observando os requisitos de segurança, eficácia, qualidade, uso racional e acesso;

Considerando que o Ministério da Saúde entende que as Práticas Integrativas e Complementares compreendem o universo de abordagens denominado pela OMS de Medicina Tradicional e Complementar/Alternativa – MT/MCA;

Considerando que a Acupuntura é uma tecnologia de intervenção em saúde, inserida na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), sistema médico complexo, que aborda de modo integral e dinâmico o processo saúde-doença no ser humano, podendo ser usada isolada ou de forma integrada com outros recursos terapêuticos, e que a MTC também dispõe de práticas corporais complementares que se constituem em ações de promoção e recuperação da saúde e prevenção de doenças;

Considerando que a Homeopatia é um sistema médico complexo de abordagem integral e dinâmica do processo saúde-doença, com ações no campo da prevenção de agravos, promoção e recuperação da saúde;

Considerando que a Fitoterapia é um recurso terapêutico caracterizado pelo uso de plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas e que tal abordagem incentiva o desenvolvimento comunitário, a solidariedade e a participação social;

Considerando que o Termalismo Social/Crenoterapia constituem uma abordagem reconhecida de indicação e uso de águas minerais de maneira complementar aos demais tratamentos de saúde e que nosso País dispõe de recursos naturais e humanos ideais ao seu desenvolvimento no Sistema Único de Saúde (SUS); e

Considerando que a melhoria dos serviços, o aumento da resolutividade e o incremento de diferentes abordagens configuram, assim, prioridade do Ministério da Saúde, tornando disponíveis opções preventivas e terapêuticas aos usuários do SUS e, por conseguinte, aumentando o acesso, resolve:

Art. 1º Aprovar, na forma do Anexo a esta Portaria, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde.

Parágrafo único. Esta Política, de caráter nacional, recomenda a adoção pelas Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da implantação e implementação das ações e serviços relativos às Práticas Integrativas e Complementares.

Art. 2º Definir que os órgãos e entidades do Ministério da Saúde, cujas ações se relacionem com o tema da Política ora aprovada, devam promover a elaboração ou a readequação de seus planos, programas, projetos e atividades, na conformidade das diretrizes e responsabilidades nela estabelecidas.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ AGENOR ÁLVARES DA SILVA

ANEXO

Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde – SUS – PNPIC

1. INTRODUÇÃO

O campo das Práticas Integrativas e Complementares contempla sistemas médicos complexos e recursos terapêuticos, os quais são também denominados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de medicina tradicional e complementar/alternativa (MT/MCA), conforme WHO, 2002. Tais sistemas e recursos envolvem abordagens que buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade. Outros pontos compartilhados pelas diversas abordagens abrangidas nesse campo são a visão ampliada do processo saúde/doença e a promoção global do cuidado humano, especialmente do autocuidado.
No final da década de 70, a OMS criou o Programa de Medicina Tradicional, objetivando a formulação de políticas na área. Desde então, em vários comunicados e resoluções, a OMS expressa o seu compromisso em incentivar os Estados-Membros a formularem e implementarem políticas públicas para uso racional e integrado da MT/MCA nos sistemas nacionais de atenção à saúde, bem como para o desenvolvimento de estudos científicos para melhor conhecimento de sua segurança, eficácia e qualidade. O documento “Estratégia da OMS sobre Medicina Tradicional 2002-2005” reafirma o desenvolvimento desses princípios.

No Brasil, a legitimação e a institucionalização dessas abordagens de atenção à saúde iniciou-se a partir da década de 80, principalmente após a criação do SUS. Com a descentralização e a participação popular, os estados e os municípios ganharam maior autonomia na definição de suas políticas e ações em saúde, vindo a implantar as experiências pioneiras.
Alguns eventos e documentos merecem destaque na regulamentação e tentativas de construção da política:

– 1985 – celebração de convênio entre o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps), a Fiocruz, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro e o Instituto Hahnemaniano do Brasil, com o intuito de institucionalizar a assistência homeopática na rede publica de saúde;

– 1986 – 8ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), considerada também um marco para a oferta das Práticas Integrativas e Complementares no sistema de saúde do Brasil, visto que, impulsionada pela Reforma Sanitária, deliberou em seu relatório final pela “introdução de práticas alternativas de assistência à saúde no âmbito dos serviços de saúde, possibilitando ao usuário o acesso democrático de escolher a terapêutica preferida”;

– 1988 – resoluções da Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação (Ciplan) nºs 4, 5, 6, 7 e 8/88, que fixaram normas e diretrizes para o atendimento em homeopatia, acupuntura, termalismo, técnicas alternativas de saúde mental e fitoterapia;

– 1995 – instituição do Grupo Assessor Técnico-Científico em Medicinas Não-Convencionais, por meio da Portaria nº 2543/GM, de 14 de dezembro de 1995, editada pela então Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde;

– 1996 – 10ª Conferência Nacional de Saúde que, em seu relatório final, aprovou a “incorporação ao SUS, em todo o País, de práticas de saúde como a fitoterapia, acupuntura e homeopatia, contemplando as terapias alternativas e práticas populares”;

– 1999 – inclusão das consultas médicas em homeopatia e acupuntura na tabela de procedimentos do SIA/SUS (Portaria nº 1230/GM de outubro de 1999);

– 2000 – 11ª Conferência Nacional de Saúde que recomenda “incorporar na atenção básica: Rede PSF e PACS práticas não convencionais de terapêutica como acupuntura e homeopatia”;

– 2001 – 1ª Conferência Nacional de Vigilância Sanitária;

– 2003 – constituição de Grupo de Trabalho no Ministério da Saúde com o objetivo de elaborar a Política Nacional de Medicina Natural e Práticas Complementares (PMNPC ou apenas MNPC) no SUS (atual PNPIC);

2003 – Relatório da 1ª Conferência Nacional de Assistência Farmacêutica, que enfatiza a importância de ampliação do acesso aos medicamentos fitoterápicos e homeopáticos no SUS;

– 2003 – Relatório Final da 12ª CNS que delibera pela efetiva inclusão da MNPC no SUS (atual Práticas Integrativas e Complementares).

2004 – 2ª Conferência Nacional de Ciência Tecnologia e Inovações em Saúde à MNPC (atual Práticas Integrativas e Complementares) que foi incluída como nicho estratégico de pesquisa dentro da Agenda Nacional de Prioridades em Pesquisa;

– 2005 – Decreto Presidencial de 17 de fevereiro de 2005, que cria o Grupo de Trabalho para elaboração da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos; e

– 2005 – Relatório Final do Seminário “Águas Minerais do Brasil”, em outubro, que indica a constituição de projeto piloto de Termalismo Social no SUS.

Levantamento realizado junto a Estados e municípios em 2004, mostrou a estruturação de algumas dessas práticas contempladas na política em 26 Estados, num total de 19 capitais e 232 municípios.

Esta política, portanto, atende às diretrizes da OMS e visa avançar na institucionalização das Práticas Integrativas e Complementares no âmbito do SUS.

1.1. MEDICINA TRADICIONAL CHINESA-ACUPUNTURA

A Medicina Tradicional Chinesa caracteriza-se por um sistema médico integral, originado há milhares de anos na China. Utiliza linguagem que retrata simbolicamente as leis da natureza e que valoriza a inter-relação harmônica entre as partes visando à integridade. Como fundamento, aponta a teoria do Yin-Yang, divisão do mundo em duas forças ou princípios fundamentais, interpretando todos os fenômenos em opostos complementares. O objetivo desse conhecimento é obter meios de equilibrar essa dualidade. Também inclui a teoria dos cinco movimentos que atribui a todas as coisas e fenômenos, na natureza, assim como no corpo, uma das cinco energias (madeira, fogo, terra, metal, água). Utiliza como elementos a anamnese, palpação do pulso, observação da face e da língua em suas várias modalidades de tratamento (acupuntura, plantas medicinais, dietoterapia, práticas corporais e mentais).

A acupuntura é uma tecnologia de intervenção em saúde que aborda de modo integral e dinâmico o processo saúde-doença no ser humano, podendo ser usada isolada ou de forma integrada com outros recursos terapêuticos. Originária da medicina tradicional chinesa (MTC), a acupuntura compreende um conjunto de procedimentos que permitem o estímulo preciso de locais anatômicos definidos por meio da inserção de agulhas filiformes metálicas para promoção, manutenção e recuperação da saúde, bem como para prevenção de agravos e doenças.

Achados arqueológicos permitem supor que essa fonte de conhecimento remonta há pelo menos 3000 anos. A denominação chinesa zhen jiu, que significa agulha (zhen) e calor (jiu), foi adaptada nos relatos trazidos pelos jesuítas no século XVII, resultando no vocábulo acupuntura (derivado das palavras latinas acus, agulha, e punctio, punção). O efeito terapêutico da estimulação de zonas neurorreativas ou “pontos de acupuntura” foi, a princípio, descrito e explicado numa linguagem de época, simbólica e analógica, consoante com a filosofia clássica chinesa.

No ocidente, a partir da segunda metade do século XX, a acupuntura foi assimilada pela medicina contemporânea, e graças às pesquisas científicas empreendidas em diversos países tanto do oriente como do ocidente, seus efeitos terapêuticos foram reconhecidos e têm sido paulatinamente explicados em trabalhos científicos publicados em respeitadas revistas científicas. Admite-se, atualmente, que a estimulação de pontos de acupuntura provoca a liberação, no sistema nervoso central, de neurotransmissores e outras substâncias responsáveis pelas respostas de promoção de analgesia, restauração de funções orgânicas e modulação imunitária.

A OMS recomenda a acupuntura aos seus Estados-Membros, tendo produzido várias publicações sobre sua eficácia e segurança, capacitação de profissionais, bem como métodos de pesquisa e avaliação dos resultados terapêuticos das medicinas complementares e tradicionais. O consenso do National Institutes of Health dos Estados Unidos referendou a indicação da acupuntura, de forma isolada ou como coadjuvante, em várias doenças e agravos à saúde, tais como odontalgias pós-operatórias, náuseas e vômitos pós-quimioterapia ou cirurgia em adultos, dependências químicas, reabilitação após acidentes vasculares cerebrais, dismenorréia, cefaléia, epicondilite, fibromialgia, dor miofascial, osteoartrite, lombalgias e asma, entre outras.

A MTC inclui ainda práticas corporais (lian gong, chi gong, tuina, tai-chi-chuan); práticas mentais (meditação); orientação alimentar; e o uso de plantas medicinais (fitoterapia tradicional chinesa), relacionadas à prevenção de agravos e de doenças, a promoção e à recuperação da saúde.

No Brasil, a acupuntura foi introduzida há cerca de 40 anos. Em 1988, por meio da Resolução nº 5/88, da Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação (Ciplan), teve suas normas fixadas para atendimento nos serviços públicos de saúde.

Vários conselhos de profissões da saúde regulamentadas reconhecem a acupuntura como especialidade em nosso país, e os cursos de formação encontram-se disponíveis em diversas unidades federadas.

Em 1999, o Ministério da Saúde inseriu na tabela Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA/SUS) do Sistema Único de Saúde a consulta médica em acupuntura (código 0701234), o que permitiu acompanhar a evolução das consultas por região e em todo o País. Dados desse sistema demonstram um crescimento de consultas médicas em acupuntura em todas as regiões. Em 2003, foram 181.983 consultas, com uma maior concentração de médicos acupunturistas na Região Sudeste (213 dos 376 cadastrados no sistema).

De acordo com o diagnóstico da inserção da MNPC nos serviços prestados pelo SUS e os dados do SIA/SUS, verifica-se que a puntura está presente em 19 estados, distribuída em 107 municípios, sendo 17 capitais.

Diante do exposto, é necessário repensar, à luz do modelo de atenção proposto pelo Ministério, a inserção dessa prática no SUS, considerando a necessidade de aumento de sua capilaridade para garantir o princípio da universalidade.

1.2. HOMEOPATIA

A homeopatia, sistema médico complexo de caráter holístico, baseada no princípio vitalista e no uso da lei dos semelhantes foi enunciada por Hipócrates no século IV a.C. Foi desenvolvida por Samuel Hahnemann no século XVIII. Após estudos e reflexões baseados na observação clínica e em experimentos realizados na época, Hahnemann sistematizou os princípios filosóficos e doutrinários da homeopatia em suas obras Organon da Arte de Curar e Doenças Crônicas. A partir daí, essa racionalidade médica experimentou grande expansão por várias regiões do mundo, estando hoje firmemente implantada em diversos países da Europa, das Américas e da Ásia. No Brasil, a homeopatia foi introduzida por Benoit Mure, em 1840, tornando-se uma nova opção de tratamento.

Em 1979, é fundada a Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB); em 1980, a homeopatia é reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina (Resolução nº 1000); em 1990, é criada a Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas (ABFH); em 1992, é reconhecida como especialidade farmacêutica pelo Conselho Federal de Farmácia (Resolução nº 232); em 1993, é criada a Associação Médico-Veterinária Homeopática Brasileira (AMVHB); e em 2000, é reconhecida como especialidade pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (Resolução nº 622).

A partir da década de 80, alguns Estados e municípios brasileiros começaram a oferecer o atendimento homeopático como especialidade médica aos usuários dos serviços públicos de saúde, porém como iniciativas isoladas e, às vezes, descontinuadas, por falta de uma política nacional. Em 1988, pela Resolução nº 4/88, a Ciplan fixou normas para atendimento em homeopatia nos serviços públicos de saúde e, em 1999, o Ministério da Saúde inseriu na tabela SIA/SUS a consulta médica em homeopatia.

Com a criação do SUS e a descentralização da gestão, foi ampliada a oferta de atendimento homeopático. Esse avanço pode ser observado no número de consultas em homeopatia que, desde sua inserção como procedimento na tabela do SIA/SUS, vem apresentando crescimento anual em torno de 10%. No ano de 2003, o sistema de informação do SUS e os dados do diagnóstico realizado pelo Ministério da Saúde em 2004 revelam que a homeopatia está presente na rede pública de saúde em 20 unidades da Federação, 16 capitais, 158 municípios, contando com registro de 457 profissionais médicos homeopatas.

Está presente em pelo menos 10 universidades públicas, em atividades de ensino, pesquisa ou assistência, e conta com cursos de formação de especialistas em homeopatia em 12 unidades da Federação. Conta ainda com a formação do médico homeopata aprovada pela Comissão Nacional de Residência Médica.

Embora venha ocorrendo aumento da oferta de serviços, a assistência farmacêutica em homeopatia não acompanha essa tendência. Conforme levantamento da AMHB, realizado em 2000, apenas 30% dos serviços de homeopatia da rede SUS forneciam medicamento homeopático. Dados do levantamento realizado pelo Ministério da Saúde, em 2004, revelam que apenas 9,6% dos municípios que informaram ofertar serviços de homeopatia possuem farmácia pública de manipulação.

A implementação da homeopatia no SUS representa uma portante estratégia para a construção de um modelo de atenção centrado na saúde uma vez que:

– recoloca o sujeito no centro do paradigma da atenção, compreendendo-o nas dimensões física, psicológica, social e cultural. Na homeopatia o adoecimento é a expressão da ruptura da harmonia dessas diferentes dimensões. Dessa forma, essa concepção contribui para o fortalecimento da integralidade da atenção à saúde;

– fortalece a relação médico-paciente como um dos elementos fundamentais da terapêutica, promovendo a humanização na atenção, estimulando o autocuidado e a autonomia do indivíduo;

– atua em diversas situações clínicas do adoecimento como, por exemplo, nas doenças crônicas não-transmissíveis, nas doenças respiratórias e alérgicas, nos transtornos psicossomáticos, reduzindo a demanda por intervenções hospitalares e emergenciais, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos usuários; e

– contribui para o uso racional de medicamentos, podendo reduzir a fármaco-dependência;

Em 2004, com o objetivo de estabelecer processo participativo de discussão das diretrizes gerais da homeopatia, que serviram de subsídio à formulação da presente Política Nacional, foi realizado pelo Ministério da Saúde o 1º Fórum Nacional de Homeopatia, intitulado “A Homeopatia que queremos implantar no SUS”. Reuniu profissionais; Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde; Universidades Públicas; Associação de Usuários de Homeopatia no SUS; entidades homeopáticas nacionais representativas; Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems); Conselhos Federais de Farmácia e de Medicina; Liga Médica Homeopática Internacional (LMHI), entidade médica homeopática internacional, e representantes do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. (ANVISA).

1.3. PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERAPIA

A fitoterapia é uma “terapêutica caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal”. O uso de plantas medicinais na arte de curar é uma forma de tratamento de origens muito antigas, relacionada aos primórdios da medicina e fundamentada no acúmulo de informações por sucessivas gerações. Ao longo dos séculos, produtos de origem vegetal constituíram as bases para tratamento de diferentes doenças.

Desde a Declaração de Alma-Ata, em 1978, a OMS tem expressado a sua posição a respeito da necessidade de valorizar a utilização de plantas medicinais no âmbito sanitário, tendo em conta que 80% da população mundial utiliza essas plantas ou preparações destas no que se refere à atenção primária de saúde. Ao lado disso, destaca-se a participação dos países em desenvolvimento nesse processo, já que possuem 67% das espécies vegetais do mundo.

O Brasil possui grande potencial para o desenvolvimento dessa terapêutica, como a maior diversidade vegetal do mundo, ampla sociodiversidade, uso de plantas medicinais vinculado ao conhecimento tradicional e tecnologia para validar cientificamente esse conhecimento.

O interesse popular e institucional vem crescendo no sentido de fortalecer a fitoterapia no SUS. A partir da década de 80, diversos documentos foram elaborados, enfatizando a introdução de plantas medicinais e fitoterápicos na atenção básica no sistema público, entre os quais se destacam:

– a Resolução Ciplan nº 8/88, que regulamenta a implantação da fitoterapia nos serviços de saúde e cria procedimentos e rotinas relativas a sua prática nas unidades assistenciais médicas;

– o Relatório da 10 a Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1996, que aponta no item 286.12: “incorporar no SUS, em todo o País, as práticas de saúde como a fitoterapia, acupuntura e homeopatia, contemplando as terapias alternativas e práticas populares” e, no item 351.10: “o Ministério da Saúde deve incentivar a fitoterapia na assistência farmacêutica pública e elaborar normas para sua utilização, amplamente discutidas com os trabalhadores em saúde e especialistas, nas cidades onde existir maior participação popular, com gestores mais empenhados com a questão da cidadania e dos movimentos populares”;

a Portaria nº 3916/98, que aprova a Política Nacional de Medicamentos, a qual estabelece, no âmbito de suas diretrizes para o desenvolvimento científico e tecnológico: “…deverá ser continuado e expandido o apoio às pesquisas que visem ao aproveitamento do potencial terapêutico da flora e fauna nacionais, enfatizando a certificação de suas propriedades medicamentosas”;

– o Relatório do Seminário Nacional de Plantas Medicinais, Fitoterápicos e Assistência Farmacêutica, realizado em 2003, que entre as suas recomendações, contempla: “integrar no Sistema Único de Saúde o uso de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos”;

– o Relatório da 12ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 2003, que aponta a necessidade de se “investir na pesquisa e desenvolvimento de tecnologia para produção de medicamentos homeopáticos e da flora brasileira, favorecendo a produção nacional e a implantação de programas para uso de medicamentos fitoterápicos nos serviços de saúde, de acordo com as recomendações da 1ªConferência Nacional de Medicamentos e Assistência Farmacêutica”.

a Resolução nº 338/04, do Conselho Nacional de Saúde que aprova a Política Nacional de Assistência Farmacêutica, a qual contempla, em seus eixos estratégicos, a “definição e pactuação de ações intersetoriais que visem à utilização das plantas medicinais e de medicamentos fitoterápicos no processo de atenção à saúde, com respeito aos conhecimentos tradicionais incorporados, com embasamento científico, com adoção de políticas de geração de emprego e renda, com qualificação e fixação de produtores, envolvimento dos trabalhadores em saúde no processo de incorporação dessa opção terapêutica e baseada no incentivo à produção nacional, com a utilização da biodiversidade existente no País”;

– 2005 – Decreto Presidencial de 17 de fevereiro de 2005, que cria o Grupo de Trabalho para elaboração da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.

Atualmente, existem programas estaduais e municipais de fitoterapia, desde aqueles com memento terapêutico e regulamentação específica para o serviço, implementados há mais de 10 anos, até aqueles com início recente ou com pretensão de implantação. Em levantamento realizado pelo Ministério da Saúde no ano de 2004, verificou-se, em todos os municípios brasileiros, que a fitoterapia está presente em 116 municípios, contemplando 22 unidades federadas.

No âmbito federal, cabe assinalar, ainda, que o Ministério da Saúde realizou, em 2001, o Fórum para formulação de uma proposta de Política Nacional de Plantas Medicinais e Medicamentos Fitoterápicos, do qual participaram diferentes segmentos tendo em conta, em especial, a intersetorialidade envolvida na cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos. Em 2003, o Ministério promoveu o Seminário Nacional de Plantas Medicinais, Fitoterápicos e Assistência Farmacêutica. Ambas as iniciativas aportaram contribuições importantes para a formulação desta Política Nacional, como concretização de uma etapa para elaboração da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.

1.4. TERMALISMO SOCIAL/CRENOTERAPIA

O uso das Águas Minerais para tratamento de saúde é um procedimento dos mais antigos, utilizado desde a época do Império Grego. Foi descrita por Heródoto (450 a.C.), autor da primeira publicação científica termal.

O termalismo compreende as diferentes maneiras de utilização da água mineral e sua aplicação em tratamentos de saúde.

A crenoterapia consiste na indicação e uso de águas minerais com finalidade terapêutica atuando de maneira complementar aos demais tratamentos de saúde.

No Brasil, a crenoterapia foi introduzida junto com a colonização portuguesa, que trouxe ao País seus hábitos de usar águas minerais para tratamento de saúde. Durante algumas décadas foi disciplina conceituada e valorizada, presente em escolas médicas, como a UFMG e a UFRJ. O campo sofreu considerável redução de sua produção científica e divulgação com as mudanças surgidas no campo da medicina e da produção social da saúde como um todo, após o término da segunda guerra mundial.

A partir da década de 90, a Medicina Termal passou a dedicar-se a abordagens coletivas, tanto de prevenção quanto de promoção e recuperação da saúde, inserindo neste contexto o conceito de Turismo Saúde e de Termalismo Social, cujo alvo principal é a busca e a manutenção da saúde.

Países europeus como Espanha, França, Itália, Alemanha, Hungria e outros adotam desde o início do século XX o Termalismo Social como maneira de ofertar às pessoas idosas tratamentos em estabelecimentos termais especializados, objetivando proporcionar a essa população o acesso ao uso das águas minerais com propriedades medicinais, seja para recuperar seja para sua saúde, assim como preservá-la.

O termalismo, contemplado nas resoluções CIPLAN de 1988, manteve-se ativo em alguns serviços municipais de saúde de regiões com fontes termais como é o caso de Poços de Caldas, em Minas Gerais.

A Resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 343, de 7 de outubro de 2004, é um instrumento de fortalecimento da definição das ações governamentais que envolvem a revalorização dos mananciais das águas minerais, o seu aspecto terapêutico, a definição de mecanismos de prevenção, de fiscalização, de controle, além do incentivo à realização de pesquisas na área.

2. OBJETIVOS

2.1 Incorporar e implementar as Práticas Integrativas e Complementares no SUS, na perspectiva da prevenção de agravos e da promoção e recuperação da saúde, com ênfase na atenção básica, voltada para o cuidado continuado, humanizado e integral em saúde.

2.2 Contribuir para o aumento da resolubilidade do Sistema e ampliação do acesso às Práticas Integrativas e Complementares, garantindo qualidade, eficácia, eficiência e segurança no uso.

2.3 Promover a racionalização das ações de saúde, estimulando alternativas inovadoras e socialmente contributivas ao desenvolvimento sustentável de comunidades.

2.4 Estimular as ações referentes ao controle/participação social, promovendo o envolvimento responsável e continuado dos usuários, gestores e trabalhadores, nas diferentes instâncias de efetivação das políticas de saúde.

3. DIRETRIZES

3.1. Estruturação e fortalecimento da atenção em Práticas Integrativas e Complementares no SUS, mediante:

– incentivo à inserção das Práticas Integrativas e Complementares em todos os níveis de atenção, com ênfase na atenção básica;

– desenvolvimento das Práticas Integrativas e Complementares em caráter multiprofissional, para as categorias profissionais presentes no SUS, e em consonância com o nível de atenção;

– implantação e implementação de ações e fortalecimento de iniciativas existentes;

– estabelecimento de mecanismos de financiamento;

– elaboração de normas técnicas e operacionais para implantação e desenvolvimento dessas abordagens no SUS; e

– articulação com a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e as demais políticas do Ministério da Saúde.

3.2. Desenvolvimento de estratégias de qualificação em Práticas Integrativas e Complementares para profissionais no SUS, em conformidade com os princípios e diretrizes estabelecidos para Educação Permanente.
3.3. Divulgação e informação dos conhecimentos básicos das Práticas Integrativas e Complementares para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS, considerando as metodologias participativas e o saber popular e tradicional:

Apoio técnico ou financeiro a projetos de qualificação de profissionais para atuação na área de informação, comunicação e educação popular em Práticas Integrativas e Complementares que atuem na estratégia Saúde da Família e Programa de Agentes Comunitários de Saúde.

– Elaboração de materiais de divulgação, como cartazes, cartilhas, folhetos e vídeos, visando à promoção de ações de informação e divulgação das Práticas Integrativas e Complementares, respeitando as especificidades regionais e culturais do País e direcionadas aos trabalhadores, gestores, conselheiros de saúde, bem como aos docentes e discentes da área de saúde e comunidade em geral.

– Inclusão das Práticas Integrativas e Complementares na agenda de atividades da comunicação social do SUS.
– Apoio e fortalecimento de ações inovadoras de informação e divulgação sobre Práticas Integrativas e Complementares em diferentes linguagens culturais, tais como jogral, hip hop, teatro, canções, literatura de cordel e outras formas de manifestação.

– Identificação, articulação e apoio a experiências de educação popular, informação e comunicação em Práticas Integrativas e Complementares.

3.4. Estímulo às ações intersetoriais, buscando parcerias que propiciem o desenvolvimento integral das ações.

3.5. Fortalecimento da participação social.

3.6. Provimento do acesso a medicamentos homeopáticos e fitoterápicos na perspectiva da ampliação da produção pública, assegurando as especificidades da assistência farmacêutica nesses âmbitos, na regulamentação sanitária.

– Elaboração da Relação Nacional de Plantas Medicinais e da Relação Nacional de Fitoterápicos.

– Promoção do uso racional de plantas medicinais e dos fitoterápicos no SUS.

– Cumprimento dos critérios de qualidade, eficácia, eficiência e segurança no uso.

– Cumprimento das boas práticas de manipulação, de acordo com a legislação vigente.

3.7. Garantia do acesso aos demais insumos estratégicos das Práticas Integrativas e Complementares, com qualidade e segurança das ações.

3.8. Incentivo à pesquisa em Práticas Integrativas e Complementares com vistas ao aprimoramento da atenção à saúde, avaliando eficiência, eficácia, efetividade e segurança dos cuidados prestados.

3.9. Desenvolvimento de ações de acompanhamento e avaliação das Práticas Integrativas e Complementares, para instrumentalização de processos de gestão.

3.10. Promoção de cooperação nacional e internacional das experiências em Práticas Integrativas e Complementares nos campos da atenção, da educação permanente e da pesquisa em saúde.

– Estabelecimento de intercâmbio técnico-científico visando ao conhecimento e à troca de informações decorrentes das experiências no campo da atenção à saúde, à formação, à educação permanente e à pesquisa com unidades federativas e países onde as Práticas Integrativas e Complementares esteja integrada ao serviço público de saúde.

3.11. Garantia do monitoramento da qualidade dos fitoterápicos pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.

4. IMPLEMENTAÇÃO DAS DIRETRIZES

4.1. NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA-ACUPUNTURA

Premissa: desenvolvimento da Medicina Tradicional Chinesa-acupuntura em caráter multiprofissional, para as categorias profissionais presentes no SUS, e em consonância com o nível de atenção.

Diretriz MTCA 1

Estruturação e fortalecimento da atenção em MTC-acupuntura no SUS, com incentivo à inserção da MTC-acupuntura em todos os níveis do sistema com ênfase na atenção básica.

1. NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Deverão ser priorizados mecanismos que garantam a inserção de profissionais de saúde com regulamentação em acupuntura dentro da lógica de apoio, participação e co-responsabilização com as ESF

Além disso, será função precípua desse profissional

– atuar de forma integrada e planejada de acordo com as atividades prioritárias da estratégia Saúde da Família;

– identificar, em conjunto com as equipes da atenção básica (ESF e equipes de unidades básicas de saúde) e a população, a(s) prática(s) a ser(em) adotada(s) em determinada área;
– trabalhar na construção coletiva de ações que se integrem a outras políticas sociais (intersetorialidade);

– avaliar, em conjunto com a equipe de saúde da família/atenção básica, o impacto na situação de saúde do desenvolvimento e implementação dessa nova prática, mediante indicadores previamente estabelecidos;

– atuar na especialidade com resolubilidade;

– trabalhar utilizando o sistema de referência/contra-referência num processo educativo; e

– discutir clinicamente os casos em reuniões tanto do núcleo quanto das equipes adscritas.

2. Centros especializados
Profissionais de saúde acupunturistas inseridos nos serviços ambulatoriais especializados de média e alta complexidade deverão participar do sistema referência/contra-referência, atuando de forma resolutiva no processo de educação permanente.

Profissionais de saúde acupunturistas inseridos na rede hospitalar do SUS.

Para toda inserção de profissionais que exerçam a acupuntura no SUS será necessário o título de especialista.

Deverão ser elaboradas normas técnicas e operacionais compatíveis com a implantação e o desenvolvimento dessas práticas no SUS.

Diretriz MTCA 2

Desenvolvimento de estratégias de qualificação em MTC/acupuntura para profissionais no SUS, consoante os princípios e diretrizes para a Educação Permanente no SUS.

1. Incentivo à capacitação para que a equipe de saúde desenvolva ações de prevenção de agravos, promoção e educação em saúde – individuais e coletivas na lógica da MTC, uma vez que essa capacitação deverá envolver conceitos básicos da MTC e práticas corporais e meditativas. Exemplo: Tuí-Na, Tai Chi Chuan, Lian Gong, Chi Gong, e outros que compõem a atenção à saúde na MTC.

2. Incentivo à formação de banco de dados relativos a escolas formadoras.

3. Articulação com outras áreas visando ampliar a inserção formal da MTC/acupuntura nos cursos de graduação e pós-graduação para as profissões da saúde.

Diretriz MTCA 3

Divulgação e informação dos conhecimentos básicos da MTC/acupuntura para usuários, profissionais de saúde e gestores do SUS.

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Nota aos Iniciantes: O que significa “Elevar o seu Qi?”

por ChiBelly da  Chen Zhaokui Taijiquan Association North America – https://www.facebook.com/molingtaiji

Tradução: Anderson Rosa
Como um praticante novato de Tai Chi, o seu professor pode ter dito “não aumente o seu qi.” Mas o que isso significa? Se você disse não para aumentar o seu qi, você provavelmente não está no ponto onde você tem uma sensação do qi de qualquer maneira. Portanto, não é uma declaração particularmente significativa para os iniciantes. No entanto, se você pode aumentar o seu qi para que o professor perceba que você está fazendo isso, então deve ser o caso de que você também possa diminuir o seu qi.

Da mesma forma, na fase preparatória para o início da forma de Taijiquan, que são admoestados a “afundar o qi para o dantian”. Esta também é uma declaração sem significado ou obscura para um iniciante, mas os professores gostam de dizer isso de qualquer maneira para empossar os novatos nos mistérios insondáveis ??do Taijiquan.

Pensei em alguns exemplos que podem ser úteis a vocês.

A piscina na minha comunidade sempre abre ano no “Memorial Day”, que é sempre a última segunda-feira de maio. Uma vez que este feriado é considerado o início da temporada de férias de verão, minha filha geralmente quer passar o dia inteiro na piscina. Aqueles de nós que vivem no norte da Nova Inglaterra sabem que só porque chamamos isso de “verão” não significa que a temperatura da água na piscina seja tolerável para um adulto são. Na verdade, é tipicamente tão frio que é pouco suportável para os pais que preferem não lutar contra a hipotermia, enquanto desfrutam os seus filhos.
A maioria das crianças e, talvez, dois dos pais irão saltar para a piscina, mas eu ainda não adquiri a lesão nervosa que me faz sentir confortável fazendo isso. Eu sou um daqueles tipos palermas que começa mergulhando meus pés na piscina, e depois afunda polegada por polegada um pouco mais conforme a minha pele se acomoda.

Isto, obviamente, é a maneira correta do Taiji para palmilhar uma piscina de água fria, porque requer uma espécie de profundo foco interno, ao mesmo tempo mantendo a intenção da pessoa em um inimigo: a desagradável criança aleatória que vê o medo em meus olhos quando ele tenta usar a sua técnica de “empurrar com as mãos” (Tuei Shou) de “acidentalmente” me salpicar com água gelada (minha filha sabe fazer melhor do que me espirrar, porque eu vou sair rapidamente da piscina e depois terei de iniciar todo o processo novamente, enquanto ela espera).

Eventualmente, porém, chegarei ao ponto onde eu posso afundar minha cabeça sob a água e poucos momentos depois, posso relaxar totalmente, desfrutando da sensação da água, e me sentirei seguro frente a esses pequenos inimigos. Pode-se dizer que o meu qi estará finalmente fluindo livremente.

Se você é uma dessas pessoas que entram em uma piscina de água fria do mesmo modo que eu faço, então você pode entender o conceito geral de “elevar o seu qi”, mas vou dar um outro exemplo semelhante e bastante literal.

Estive em alguns hotéis no Japão como uma criança, e todos os quartos tinham ofurôs – aquelas banheiras para imersão e relaxamento, ao invés vez de limpar a si mesmo. A água que você usa para encher a banheira é extremamente quente, e a experiência física e mental de entrar é muito semelhante a entrar em uma piscina gelada.

Quando você mergulhar o pé dentro da banheira, a temperatura será muito desconfortável. Apesar de apenas o seu pé estar no banho, o desconforto ataca sua mente em primeiro lugar, que então afeta o resto do seu corpo, mesmo que nenhuma outra parte do seu corpo esteja na água. Em outras palavras, enquanto o seu pé que é a única parte de você que é realmente quente, a sua mente fará com que o resto do seu corpo reaja de qualquer maneira com um ou mais dos seguintes sintomas:

* Os músculos superiores do seu corpo, especialmente acima do dantian, ficarão mais tensos do que seus pés, que estão, na verdade, experimentando o stress.
* Sua respiração será superficial e rápida.
* Sua parede abdominal será puxada para dentro de modo que os órgãos internos estarão comprimidos/puxados para cima.
* A estrutura do seu corpo estará otimizada para puxá-lo para fora, em vez de afunda-lo na água. Por exemplo, você pode levantar um ou ambos os ombros de modo que será mais fácil pegar algo acima e puxar-se para fora.

Estes sintomas são apenas isso – os sintomas de elevar o seu qi, mas não o aumento real de seu próprio qi. Elevar o seu qi é iniciado pela sua mente e sua intenção em relação à atividade de seu corpo. Neste exemplo, a sua mente resiste ativamente às sensações provenientes da parte do seu corpo que está sob a água e seu senso de consciência (e bem-estar) é, na verdade, mais na parte superior que na parte inferior do corpo. Como conseqüência, a parte superior do seu corpo ganha um certo tipo de foco de tensão energética que é organizada para resolver o estresse físico e mental através da parte superior do seu corpo. Além disso, se você mantiver este estado mental durante muito tempo, a parte superior do seu corpo experimenta uma espécie de “estagnação”, onde o seu sangue, respiração e energia já não circula livremente e você começa a sentir-se mal.
Isso é “Elevar o seu Qi”.

Eventualmente, seu corpo se acomoda ao calor do banho, e sua mente para de resistir à sensação. Você se permite sucumbir à sensação, tornando-se profundamente consciente do seu corpo e como o calor o envolve. Você junta seu corpo e suas sensações, ao invés de fugir deles. Uma vez que você está totalmente na água:

* Os músculos do corpo estão uniformemente relaxados.
* A respiração é profunda, e lenta como se estivesse em repouso.
* A parede abdominal relaxa, dando-lhe uma sensação de plenitude com os seus órgãos internos gravitando para baixo.
* A estrutura do seu corpo está configurada para realizar o que você desejar (por exemplo, quando você alcança a taça de vinho, seu braço sabe o que precisa fazer para realizar isso, sem ir além do necessário).

Pense sobre a sensação no seu corpo no momento em que você parar de resistir ao calor ou ao frio e, de repente sentirá uma profunda sensação de “ahhhhhh…”, onde você libera não só a sua respiração, mas a tensão e a energia que você está retendo. De repente, seu corpo se sente muito pesado, especialmente no meio. Sua energia se move para baixo.

Isto é “afundar seu qi.”

Vamos traduzir esse conceito para a prática do Taijiquan.

Quando você praticar “afundar” nas suas posturas, suas pernas não serão acomodadas ao exercício e sentirão dor. Isto é como o frio da piscina ou do calor do ofurô, só que muito pior (usando o método da nossa linhagem em particular – não posso falar pelas outras). Mesmo que a sua posição esteja tecnicamente correta após o ajuste do seu professor, se você é um iniciante, você ainda tende a ser energeticamente incorreto, porque a sua mente vai resistir à dor em suas pernas, ao invés de juntar-se e sucumbir à sensação. Você definitivamente não vai sentir uma sensação de “ahhhhhh …”

Ao invés disso, a parte superior do seu corpo tende a ser tensa, a respiração tende a ser superficial e rápida, a parede abdominal rígida, os ombros erguidos, etc. Ao invés de caracterizar a sua energia como “ahhhhhhhh ..”, poderá ser caracterizada como “Grrrrrrr… ” ou “eeeeeeek…” Suas pernas não terão uma sensação de enraizamento e a parte superior do corpo vai se sentir como ele estivesse flutuando. Com a dor em suas pernas, sua mente vai buscar conforto, fugindo da dor e criando uma sensação de indomável foco na parte superior do seu corpo. Sua energia irá fluir para cima, e permanecerá lá.

Uma grande conquista na sua habilidade básica de Taijiquan (jibengong) é ter o sentimento de “ahhhhhh…” ao invés de “grrrrrrrr…” quando você pratica a sua forma e o empurrar as mãos (Tuei Shou). No entanto, isso não significa que a sua parte superior do corpo é flácida, como em um banho quente, mas não há nenhuma tensão desnecessária, que não seja uma parte funcional de seus movimentos. Até que você possa fazer isso, você ainda estará “elevando” o seu qi. Mas afundar de forma consistente o seu qi, é questão de grau. É um processo lento e gradual que leva anos. Durante esse processo, você pode trabalhar com a sensação de “entrar na água”, praticando o seguinte:

1. Relaxe a parte superior do seu corpo, rosto e pescoço, e, especialmente, não levante a sua escápula(erguer os ombros).
2. Mantenha a respiração profunda, lenta e baixa, permitindo que a sua parede abdominal se expanda e contraia ao invés de focar em seu peito.
3. Trabalhar em juntar/sucumbir a sua mente para a sua postura e ao movimento, ao invés de resistir ou deixar outros pensamentos distraí-lo.

Se você praticar esses pontos de forma consistente, você estará no caminho para o sucesso no Taijiquan.

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Forma dos 18 Movimentos – Nomes em Português/Mandarim

Por Levis Litz:

 

Yu Bei Shi : Preparação

1. Qi Shi : Início

2. Jin Gang Dao Dui : Guerreiro de Buda socando/batendo com o pilão

3. Lan Zha Yi : Amarrando a aba do casaco

4. Liu Feng Si Bi : Selar seis e fechar quatro

5. Dan Bian : Chicote simples

6. Bai He Liang Chi : Garça branca estende suas asas

7. Xie Xing : Movendo-se diagonalmente

8. Lou Xi : Varrer/defender o joelho

9. Ao Bu : Avançar três passos pelas diagonais

10. Yan Shou Hong Quan : Desferir o soco oculto

11. Gao Tan Ma : Afagar o cavalo

12. Zuo Deng Yi Gen : Chutar com o calcanhar esquerdo

13. Yu Nu Chuan Suo : Donzela de jade trabalhando no tear

14. Yun Shou : Mover a mãos como as nuvens

15. Zhuang Shen Shuang Bai Lian : Girar o corpo e dar o chute de lótus

16. Dang Tou Pao : Desferir o soco de punho de canhão

17. Jin Gang Dao Dui : Guerreiro de Buda socando com o pilão

18. Shou Shi : Fechamento

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